Durante o Encontro de Valor realizado na segunda-feira (21), a programação reuniu no Momento Gestão os representantes dos principais comitês da ABAD para falar sobre resultados, objetivos e perspectivas para o próximo ano. A proposta discutir temas atuais e de grande interesse para o setor, com a participação de:
– Leonardo Miguel Severini (presidente da ABAD), que coordenou o painel;
– Alessandro Dessimoni (sócio da DBA e coordenador do novo comitê ESG);
– André Blanco (Sócio da DBA e coordenador do Comitê Jurídico);
– Roger Saltiel (diretor de Integration e coordenador do comitê Canal Indireto);
– Eduardo Terra (diretor da BTR e coordenador do novo comitê Tecnologia e Inovação) e
– Guido Carelli (diretor da Infracommerce, parceiro tecnológico da ABAD na plataforma Abastecebem e integrante do comitê de Tecnologia e Inovação).
CANAL INDIRETO
A primeira apresentação foi do comitê Canal Indireto. O coordenador Roger Saltiel iniciou lembrando que o comitê é um trabalho conjunto entre indústrias e o setor atacadista e distribuidor. “O comitê reúne há cerca de quatro anos um grupo seleto de 25 a 30 empresas que inicialmente discutiram o futuro do canal indireto, as principais tendências e, principalmente, como se preparar para isso.”
No ciclo 2020-2021, um dos temas que mais se destacaram nas discussões foi o da digitalização. Por isso, no último ano, foi construída a Mandala da Digitalização, contendo mais de 30 iniciativas priorizadas para a transformação digital do Canal Indireto, seja no âmbito das empresas atacadistas e distribuidoras, seja na indústria.
“Destaque-se que a digitalização não se refere apenas a um canal de vendas. Essa é uma tendência que abrange trade marketing, execução, administrativo, logística, treinamentos, RH”
disse – o que requer uma mudança de cultura nas empresas.
Em 2022 o comitê trouxe para a Convenção ABAD vários cases de digitalização, e para 2023 será trabalhado o papel do canal indireto para alavancar a digitalização do pequeno varejo, bem como as formas de gerar valor com a integração ao longo de toda a cadeia.
COMITÊ JURÍDICO
O advogado André Blanco destacou que o objetivo deste comitê é discutir temas tributários, societários, trabalhistas, entre outros, que são relevantes para as empresas do setor.
“Buscamos resolver dúvidas, trazer atualizações, não apenas sobre projetos de lei de interesse do setor, mas também temas de interesse geral, como a reforma tributária.”
O comitê também procura esclarecer como cada alteração legislativa pode afetar a atividade e trazer os pontos polêmicos, principalmente no campo tributário.
Ele destaca a grande judicialização desse último tema:
“O que sabemos hoje sobre PIS-Cofins está na pauta do STJ, do STF. Muito do que se recolheu de tributos nos últimos anos está sendo discutido e pode ser recuperado, e também trazemos isso à discussão”.
A pauta tributária é muito presente no comitê, mas não só ela.
“Também tratamos de planejamento sucessório, questões trabalhistas. São doze reuniões ao longo do ano”
completa André Blanco.
Como novidade, foi anunciado que além da sala virtual de cada evento, haverá uma sala especial para membros, presidentes e executivos das filiadas – que foram mencionados pelo coordenador ao destacar a importância de mobilizar os associados de cada estado para sugerir novos temas e participar dos debates mensais.
COMITÊ ESG
Este novo comitê traz ao debate os temas da responsabilidade socioambiental e da governança corporativa. O coordenador Alessandro Dessimoni destacou a atualidade desse debate, lembrando a repercussão mundial do que está em discussão na COP 27 – 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, realizada em Sharm El Sheikh, no Egito, que estuda como mitigar o aquecimento global.
“Ainda na COP, há conceitos que estão sendo extremamente valorizados como adaptabilidade das empresas, que nem sempre conseguem mitigar por conta de dificuldades operacionais e custos financeiros.”
O conceito de ESG surgiu na década de 1990, com uma chamada de Kofi Annan, secretário-geral da Organização das Nações Unidas, dirigida às empresas para que desenvolvessem condutas mais responsáveis e sustentáveis.
O Pacto Global, lançado em 2000, instigou as empresas a alinharem suas estratégias e operações aos Dez Princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade.
“E as empresas que adotarem essas condutas, vão ganhar. Em valor econômico, credibilidade, reputação; o próprio mercado financeiro, hoje, exige essa postura”
explicou.
No ambiente da ABAD, cada vez mais os fornecedores vão exigir das empresas essas condutas de responsabilidade e preocupação com os impactos positivos e negativos gerados para a sociedade, para além dos resultados financeiros. “E os agentes de distribuição vão acabar exigindo isso de seus clientes. Então o ESG terá grande impacto nos negócios”, afirmou Dessimoni.
COMITÊ DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
O novo comitê, coordenado por Eduardo Terra, tem sob sua responsabilidade a plataforma Abastecebem, marketplace criado pela ABAD com a parceria tecnológica da Infracommerce
Conforme o presidente Leonardo Severini, o Abastecebem é hoje o carro-chefe entre os produtos oferecidos ao mercado pela ABAD.
Em sua fala, Eduardo Terra lembrou que o lançamento da plataforma ocorreu há um ano, na edição de 2021 do Encontro de Valor ABAD.
“Hoje são 14 distribuidores e atacadistas já contratados na plataforma, a maior parte dele já em pleno funcionamento e os demais em fase de integração. A parte da tecnologia, da integração é a que traz mais desafios”
afirmou.
“Para o início de 2023 está sendo planejado um evento de ativação com a presença da indústria, para que os agentes de distribuição já integrados no Abastecebem comecem de fato a performar”
informa Terra.
Guido Carelli mencionou que o potencial da plataforma gira em torno de R$ 8 bilhões, mas que a expectativa é iniciar a operação com uma fração desse valor.
“Se operarmos com um valor em torno de R$ 1,6 ou R$ 1,8 bilhões, o Abastecebem já será um dos maiores marketplaces voltados ao mercado alimentar do Brasil”
calcula.
Carelli também frisou que para os participantes há também outros serviços na plataforma, como oferta de crédito para o varejista, media kit para as indústrias, capacidade de realizar campanhas inteligentes, entre outros recursos.
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