O mais recente relatório do Termômetro ABAD NielsenIQ, que aponta a média do desempenho do setor atacadista distribuidor em relação ao faturamento, apresenta números positivos em agosto nas três bases de comparação, em termos nominais (sem descontar a inflação). Em relação ao mesmo mês de 2022, o crescimento foi de +12,9%. Na comparação com mês de julho de 2023, de +0,5%. No acumulado do ano, a alta é de +16,4% ante o mesmo período de 2022.
No cenário econômico – que envolve aumento do PIB de +3,4% no segundo trimestre -, as notícias são animadoras, como explica Felipe Rutkosky, gerente sênior de Atendimento ao Varejo da NielsenIQ. “A inflação começa a convergir para o centro da meta (que é de 3,25%), o que permite que o Banco Central diminua a taxa básica de juros”, pontua.
Segundo o executivo, essa estratégia interfere diretamente no endividamento das famílias, permitindo mais renda disponível para o consumo. “Menos endividados, os brasileiros podem consumir mais”, relata.
Outro ponto que promete intensificar o aumento do consumo no país está atrelado à queda do desemprego. A taxa de desemprego caiu em relação ao mesmo período do ano passado: em julho de 2022, chegava a 9,1% e, em julho deste ano, ficou abaixo de 8%, de acordo com IBGE.
Há, no entanto, um cuidado a ser tomado. De acordo com Rutkosky, é preciso lembrar que o consumidor brasileiro é cauteloso. Por isso, o consumo não responde imediatamente à estabilização do cenário econômico, devendo ser observado nos próximos meses.
Cestas e Canais
De acordo com dados da NielsenIQ, apresentados como complemento à pesquisa do Termômetro ABAD, a melhora nos indicadores econômicos se reflete na cesta de produtos apuradas pela consultoria. Houve leve crescimento de volume puxado por Bebidas (+1,8%), Higiene e Beleza (+3,4%) e Limpeza (1,4%). As cestas que apresentaram decréscimo em volume foram Medicamentos (cesta que acaba de entrar no relatório), com -5,7% e Bazar, com -1,7%. Alimentos ficou estagnada na medição de agosto.
A média de crescimento de vendas em volume foi de 1% em todos os canais, sendo que, com 20% de representatividade, os atacarejos se consolidam como o principal canal com crescimento de 4,3% em volume.
A NielsenIQ incorporou uma novidade na sua medição e passa a contabilizar, com dados do E-bit, os índices do canal E-commerce. Dessa forma, nos próximos meses será possível avaliar o desempenho das vendas on-line.
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