O primeiro levantamento do ano realizado pelo Termômetro ABAD/NielsenIQ indica que o setor atacadista distribuidor registrou um crescimento de +8% em janeiro, na comparação com o mesmo período de 2024. O dado sugere um início de ano positivo para o segmento, apesar da queda de -5,7% em relação a dezembro, um movimento esperado devido ao impacto sazonal das festas de fim de ano no volume de vendas.
As empresas com faturamento mensal entre R$ 25 milhões e R$ 45 milhões e aquelas que superam R$ 100 milhões foram as principais responsáveis pelo desempenho positivo, com crescimentos de +38% e +23,1%, respectivamente. Em contrapartida, os negócios menores, com faturamento de até R$ 25 milhões, registraram queda de -14,2%, enquanto as empresas intermediárias (R$ 45 milhões a R$ 100 milhões) tiveram retração de -3,7%.
Para Leonardo Miguel Severini, presidente da ABAD, os resultados demonstram um cenário encorajador, embora o primeiro trimestre tradicionalmente apresente desafios devido às restrições orçamentárias das famílias após os gastos de fim de ano. “Temos consciência de que é preciso cautela nesse início de ano. As despesas elevadas, como impostos e matrículas escolares, comprometem o orçamento dos consumidores. No entanto, historicamente, há uma recuperação gradual ao longo dos meses”, avalia.
Essa percepção é reforçada por um levantamento do Serasa, que aponta que 55% dos brasileiros esperam desembolsar até R$ 4 mil com as despesas típicas do início do ano, como IPTU, IPVA, seguros e educação.
Destaques do varejo
A pesquisa da NielsenIQ também revelou um crescimento expressivo de +12,2% no varejo moderno, impulsionado, principalmente, pelo desempenho dos super grandes e pelo avanço acima da média brasileira em toda a Região Sul. Entre as categorias de produtos, a cesta de perecíveis frescos, bem como café em pó e cervejas, tiveram maior destaque em valor. O café, inclusive, foi amplamente discutido na mídia devido ao aumento expressivo dos preços, com a saca atingindo valores recordes.
No entanto, fatores econômicos exigem cautela para os próximos meses. Mesmo com o reajuste do salário mínimo, a expectativa de inflação de 5,5% para 2025 levanta dúvidas sobre a capacidade de recuperação do poder de compra da população.
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